Gran Turismo 2 - Analise
Gran Turismo 2
Desenvolvido por: Polyphony Digital
Gênero: Racing
Diretor: Kazunori Yamauchi
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 11 de dezembro de 1999
Faixa etária: Everyone
Se já jogou o Gran Turismo original, saberá como é que funcionam as coisas por aqui. O estilo foi mantido e amplificado, e toda a sensação de ser um piloto em busca de grana e de fama pessoal continua. Assim como o sentimento de ter de começar por baixo até conseguir o alto escalão do status de campeão dos campeões.
Por ser um simulador de corrida, controlamos um piloto em começo de carreira automobilística. Temos 10.000 no bolso, e temos de gastar isso com carros e peças para tunar os carros. Tudo exatamente como no jogo anterior, mas com um porém: tudo está ainda maior. Absurdamente maior.
Enquanto Gran Turismo possuía 10 montadoras, bem... Gran Turismo 2 tem 38. Dá para perceber a diferença? Gran Turismo tinha 178 carros diferentes. E todos achavam o máximo, piravam com as possibilidades e com os muitos carros disponíveis. O que esse mesmo público dirá ao saber que Gran Turismo 2 tem nada mais, nada menos do que 650 carros disponíveis? São quase 4 vezes mais carros! Tem para todos os estilos e todos os gostos, indo de carros de passeio a carros feitos para corrida, de carros de arrancada a carros especializados em rally, de carros famosos a carros históricos ou mesmo carros que jamais foram oficialmente lançados. Gran Turismo 2 nos dá uma aula sobre a história dos carros.
Escolha a sua empresa favorita. Acura, Alfa Romeo, Aston Martin, Audi, BMW, Chevrolet, Chrysler, Citroen, Dodge, Fiat, Ford, Honda, Jaguar, Lotus, Mazda, Mercedes, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Plymouth, Renault, Shelby, Subaru, Suzuki, Toyota, Volkswagen, estão todos aqui, e muito mais. A sony fechou uma parceria histórica com todas essas empresas, e elas disponibilizaram vários carros para que possamos controlar. Veja bem: não é só a aparência dos carros que é igual. A direção dos carros foi mantida, assim como as propagandas, as cores, o som dos motores, a descrição das peças internas, e muitas vezes tem até uma pequena história que conta como aquele carro se tornou famoso e porquê. Como eu disse, é uma verdadeira aula sobre a história da automobilística. Se um jogador casual já vai se impressionar com a quantidade absurda de detalhes no jogo, um fã apaixonado por carros e tal vai endoidar ao ver tanta riqueza.
É claro que também a Sony não conseguiu fechar parceria todas as empresas. Algumas exceções que fazem falta são a Porsche (apenas com os modelos da montadora RUF), Ferrari e Lamborghini. É uma pena, mas também não dá para ter tudo, não é mesmo?
Só não pense que terá à sua disposição todos esses excelentes carros logo de princípio. Afinal, não se esqueça de que começará com minguados 10.000 dólares, que servirão para, no máximo, comprar um carrinho mixuruca e usado, ainda por cima. Terá de se contentar com ele, e ir vencendo alguns torneios, ganhando premiações humildes, até juntar dinheiro para poder comprar um carro melhor e almejar participar de torneios mais competitivos e com remunerações bem melhores.
E até nos torneios esse jogo está maior e melhor. Enquanto o jogo anterior nos fornecia 13 torneios diferentes para poder participar, Gran Turismo 2 nos oferece quase uma infinidade de torneios que podemos participar. Tem de tudo. Só de torneios oficial (da Gran Turismo League) são 9 torneios diferentes, indo de copas especiais entre modelos de carros japoneses, americano e europeus, a copas continentais e então indo a copas mundiais com os melhores do mundo (e a disputa mais almejada de todas, que é a mundial). Fora essas, tem mais 22 torneios especiais e opcionais, em que disputam carros específicos de diferentes tipos, como carros com motor na frente, carros com motor na parte de trás, carros históricos, conversíveis, e tal, até carros com limites de potência. Tem ainda mais 9 torneios especializados em rally e mais 7 torneios de resistência. Só aqui já chegamos à marca de 47 torneios diferentes. E nem comentei que cada empresa possui alguns torneios menores especializados em um tipo de veículo. A Nissan, por exemplo, possui um torneio em que só podem participar Skylines. Somando esses torneios menores e não oficiais ao montante, chegamos a mais de 100 torneios disponíveis.
É claro que cada torneio possui seu valor e seu estilo. E nem todos podem ser competidos da mesma forma. Ou seja: esse não é um daqueles jogos em que você compra um carro bom e compete todos os campeonatos usando o mesmo carro sempre. Gran Turismo 2 exige que você tenha uma garagem diversificada com vários modelos de carro, de modo a poder participar de várias corridas diferentes. Afinal, para participar do torneio europeu, tem de se usar um carro europeu. Do torneio americano, um carro americano. Do torneio 4WD, seu carro tem de ser um 4WD. Do torneio de rallys, seu carro tem de ser um modelo voltado para rallys. E assim por diante. Comprar carros e manter uma boa variedade de veículos é uma das premissas do jogo, para se falar a verdade.
E tem mais um obstáculo (além da falta de grana) que irá impedir que acesse todos os torneios logo de cara. Para os torneios mais intrincados e mais bem remunerados, precisará obter uma carteira de habilitação. A exemplo do jogo anterior, terá de realizar testes de motorista, que servem como se fossem uma espécie de treinamento, ou tutorial de direção do jogo. É durante esses testes que o jogador aprende técnicas básicas de direção e recebe dicas interessantes sobre como se sair bem em curvas fechadas, e coisas assim. O jogo anterior trazia três níveis de carteira: B, A e International. Gran Turismo 2 traz ainda mais provas e testes. Além da carteira B e A, tem International-C, International-B e International-A, além de uma Super License, a licença definitiva. Vai ficando consecutivamente mais complicado conseguir avançar de prova em prova, até conseguir a licença mais difícil.
O sentimento de progresso constante do jogo também continua. Afinal, com um carro tão fraco como os que podemos adquirir no começo do jogo, não dá para competir em grandes campeonatos, não é mesmo? Vale muito mais a pena competir em torneios menores (e pior remunerados) para poder juntar uma grana. Podemos ainda tunar o carro, colocando breques melhores, pneus mais resistentes, turbos, aperfeiçoando o disco de freio, o escapamento, o câmbio e mais um monte de peças que poderão deixar seu carro totalmente diferente de como ele era. Dá até para mudar a cor do carro e deixá-lo mais "profissional" (ou seja, moldado para corrida e repleto de cores e de propagandas). Aí, depois que tivemos um carro melhor, podemos concorrer a liderar corridas mais disputadas. E por aí vai, progressivamente: tunando carros e depois comprando carros ainda melhores para depois poder tuná-los, de forma a conseguir de fato obter aquele tão desejado carro que nos colocará em perspectiva de ser o motorista mais rápido do mundo.
Jogar Gran Turismo nunca foi tão bom quanto nesta segunda versão. É claro que a mecânica de jogo e os controles são os mesmos, mas a inteligência artificial foi aprimorada e se tornou mais realista. Os seus oponentes correm mais e melhor, cometem erros, têm sorte e azar, e brigam até o final. Não é raro ser surpreendido por um oponente que vinha sempre atrás, mas que, na última volta, naquela curva decisiva, resolveu dar tudo de si pela vitória.
Gran Turismo 2 é aquele típico jogo em que realizar sonhos é possível. Empanturrar sua garagem com uma variedade incrível de troféus e de carros (é bom comprar aqueles carros do qual sempre gostamos, mesmo que não vá usar alguns deles em campeonatos e tal) é só o começo. O jogo vicia de uma forma que, depois que se pega o jeito, não se quer mais parar. Afinal, tem muita coisa para se fazer. E quando digo muita coisa, quero dizer muita coisa mesmo. Se estiver disposto a fazer 100% do jogo, é bom ter muita paciência. Porque tem tanta coisa que, sem nenhum exagero, precisará de muitos meses para conseguir tudo o que é possível no jogo. Um jogador mais habilidoso levará de seis a sete meses para conseguir fazer tudo no jogo, enquanto um jogador casual pode ter de dedicar até um ano inteiro de sua vida até conseguir.
Afinal, conseguir 100% do jogo não é só vencer todos os campeonatos (o que exigirá que tenha uma belíssima variedade de veículos para participar dos torneios locais de montadoras), e envolve ainda conseguir medalha de ouro em todos os testes de licença. Sim, aí se encontra a maior dificuldade do jogo, e onde a maioria dos jogadores emperra, por melhor que seja: conseguir a nota máxima em todas as licenças é coisa para profissional, e pouquíssimos são aqueles com paciência e habilidade para isso.
Agora, vamos falar sobre o segundo CD. Pois é, nem mencionei o assunto, mas Gran Turismo 2 é dividido em dois CDs. O primeiro CD possui apenas o modo simulação, em que compramos carros, tiramos licenças e participamos de campeonatos, que é que vínhamos apresentando até então. O segundo CD possui o que se chama modo arcade. Nesse modo não há dinheiro ou torneio, e apenas corridas individuais. Escolhemos um carro, que pode ser um dos que estão liberados ou mesmo um de sua garagem pessoal (basta fazer um load do save do modo de simulação e sua garagem estará disponível), e uma pista e pronto. Podemos correr. Simples assim. Podemos correr contra outros carros, fazer testes contra o tempo, assistir vídeos salvos de nossas melhores corridas, ou ainda jogar contra um amigo nosso. Sim, o modo versus estará apenas disponível no segundo CD, e é um atrativo adicional para o jogo. Afinal, mesmo após conseguir todos os carros do jogo e vencer todos os campeonatos e todas as licenças, nada supera o prazer de correr contra um adversário em carne e osso.
Enquanto Gran Turismo possuía 10 montadoras, bem... Gran Turismo 2 tem 38. Dá para perceber a diferença? Gran Turismo tinha 178 carros diferentes. E todos achavam o máximo, piravam com as possibilidades e com os muitos carros disponíveis. O que esse mesmo público dirá ao saber que Gran Turismo 2 tem nada mais, nada menos do que 650 carros disponíveis? São quase 4 vezes mais carros! Tem para todos os estilos e todos os gostos, indo de carros de passeio a carros feitos para corrida, de carros de arrancada a carros especializados em rally, de carros famosos a carros históricos ou mesmo carros que jamais foram oficialmente lançados. Gran Turismo 2 nos dá uma aula sobre a história dos carros.
Escolha a sua empresa favorita. Acura, Alfa Romeo, Aston Martin, Audi, BMW, Chevrolet, Chrysler, Citroen, Dodge, Fiat, Ford, Honda, Jaguar, Lotus, Mazda, Mercedes, Mitsubishi, Nissan, Peugeot, Plymouth, Renault, Shelby, Subaru, Suzuki, Toyota, Volkswagen, estão todos aqui, e muito mais. A sony fechou uma parceria histórica com todas essas empresas, e elas disponibilizaram vários carros para que possamos controlar. Veja bem: não é só a aparência dos carros que é igual. A direção dos carros foi mantida, assim como as propagandas, as cores, o som dos motores, a descrição das peças internas, e muitas vezes tem até uma pequena história que conta como aquele carro se tornou famoso e porquê. Como eu disse, é uma verdadeira aula sobre a história da automobilística. Se um jogador casual já vai se impressionar com a quantidade absurda de detalhes no jogo, um fã apaixonado por carros e tal vai endoidar ao ver tanta riqueza.
Só não pense que terá à sua disposição todos esses excelentes carros logo de princípio. Afinal, não se esqueça de que começará com minguados 10.000 dólares, que servirão para, no máximo, comprar um carrinho mixuruca e usado, ainda por cima. Terá de se contentar com ele, e ir vencendo alguns torneios, ganhando premiações humildes, até juntar dinheiro para poder comprar um carro melhor e almejar participar de torneios mais competitivos e com remunerações bem melhores.
E até nos torneios esse jogo está maior e melhor. Enquanto o jogo anterior nos fornecia 13 torneios diferentes para poder participar, Gran Turismo 2 nos oferece quase uma infinidade de torneios que podemos participar. Tem de tudo. Só de torneios oficial (da Gran Turismo League) são 9 torneios diferentes, indo de copas especiais entre modelos de carros japoneses, americano e europeus, a copas continentais e então indo a copas mundiais com os melhores do mundo (e a disputa mais almejada de todas, que é a mundial). Fora essas, tem mais 22 torneios especiais e opcionais, em que disputam carros específicos de diferentes tipos, como carros com motor na frente, carros com motor na parte de trás, carros históricos, conversíveis, e tal, até carros com limites de potência. Tem ainda mais 9 torneios especializados em rally e mais 7 torneios de resistência. Só aqui já chegamos à marca de 47 torneios diferentes. E nem comentei que cada empresa possui alguns torneios menores especializados em um tipo de veículo. A Nissan, por exemplo, possui um torneio em que só podem participar Skylines. Somando esses torneios menores e não oficiais ao montante, chegamos a mais de 100 torneios disponíveis.
É claro que cada torneio possui seu valor e seu estilo. E nem todos podem ser competidos da mesma forma. Ou seja: esse não é um daqueles jogos em que você compra um carro bom e compete todos os campeonatos usando o mesmo carro sempre. Gran Turismo 2 exige que você tenha uma garagem diversificada com vários modelos de carro, de modo a poder participar de várias corridas diferentes. Afinal, para participar do torneio europeu, tem de se usar um carro europeu. Do torneio americano, um carro americano. Do torneio 4WD, seu carro tem de ser um 4WD. Do torneio de rallys, seu carro tem de ser um modelo voltado para rallys. E assim por diante. Comprar carros e manter uma boa variedade de veículos é uma das premissas do jogo, para se falar a verdade.
E tem mais um obstáculo (além da falta de grana) que irá impedir que acesse todos os torneios logo de cara. Para os torneios mais intrincados e mais bem remunerados, precisará obter uma carteira de habilitação. A exemplo do jogo anterior, terá de realizar testes de motorista, que servem como se fossem uma espécie de treinamento, ou tutorial de direção do jogo. É durante esses testes que o jogador aprende técnicas básicas de direção e recebe dicas interessantes sobre como se sair bem em curvas fechadas, e coisas assim. O jogo anterior trazia três níveis de carteira: B, A e International. Gran Turismo 2 traz ainda mais provas e testes. Além da carteira B e A, tem International-C, International-B e International-A, além de uma Super License, a licença definitiva. Vai ficando consecutivamente mais complicado conseguir avançar de prova em prova, até conseguir a licença mais difícil.
O sentimento de progresso constante do jogo também continua. Afinal, com um carro tão fraco como os que podemos adquirir no começo do jogo, não dá para competir em grandes campeonatos, não é mesmo? Vale muito mais a pena competir em torneios menores (e pior remunerados) para poder juntar uma grana. Podemos ainda tunar o carro, colocando breques melhores, pneus mais resistentes, turbos, aperfeiçoando o disco de freio, o escapamento, o câmbio e mais um monte de peças que poderão deixar seu carro totalmente diferente de como ele era. Dá até para mudar a cor do carro e deixá-lo mais "profissional" (ou seja, moldado para corrida e repleto de cores e de propagandas). Aí, depois que tivemos um carro melhor, podemos concorrer a liderar corridas mais disputadas. E por aí vai, progressivamente: tunando carros e depois comprando carros ainda melhores para depois poder tuná-los, de forma a conseguir de fato obter aquele tão desejado carro que nos colocará em perspectiva de ser o motorista mais rápido do mundo.
Gran Turismo 2 é aquele típico jogo em que realizar sonhos é possível. Empanturrar sua garagem com uma variedade incrível de troféus e de carros (é bom comprar aqueles carros do qual sempre gostamos, mesmo que não vá usar alguns deles em campeonatos e tal) é só o começo. O jogo vicia de uma forma que, depois que se pega o jeito, não se quer mais parar. Afinal, tem muita coisa para se fazer. E quando digo muita coisa, quero dizer muita coisa mesmo. Se estiver disposto a fazer 100% do jogo, é bom ter muita paciência. Porque tem tanta coisa que, sem nenhum exagero, precisará de muitos meses para conseguir tudo o que é possível no jogo. Um jogador mais habilidoso levará de seis a sete meses para conseguir fazer tudo no jogo, enquanto um jogador casual pode ter de dedicar até um ano inteiro de sua vida até conseguir.
Afinal, conseguir 100% do jogo não é só vencer todos os campeonatos (o que exigirá que tenha uma belíssima variedade de veículos para participar dos torneios locais de montadoras), e envolve ainda conseguir medalha de ouro em todos os testes de licença. Sim, aí se encontra a maior dificuldade do jogo, e onde a maioria dos jogadores emperra, por melhor que seja: conseguir a nota máxima em todas as licenças é coisa para profissional, e pouquíssimos são aqueles com paciência e habilidade para isso.
Agora, vamos falar sobre o segundo CD. Pois é, nem mencionei o assunto, mas Gran Turismo 2 é dividido em dois CDs. O primeiro CD possui apenas o modo simulação, em que compramos carros, tiramos licenças e participamos de campeonatos, que é que vínhamos apresentando até então. O segundo CD possui o que se chama modo arcade. Nesse modo não há dinheiro ou torneio, e apenas corridas individuais. Escolhemos um carro, que pode ser um dos que estão liberados ou mesmo um de sua garagem pessoal (basta fazer um load do save do modo de simulação e sua garagem estará disponível), e uma pista e pronto. Podemos correr. Simples assim. Podemos correr contra outros carros, fazer testes contra o tempo, assistir vídeos salvos de nossas melhores corridas, ou ainda jogar contra um amigo nosso. Sim, o modo versus estará apenas disponível no segundo CD, e é um atrativo adicional para o jogo. Afinal, mesmo após conseguir todos os carros do jogo e vencer todos os campeonatos e todas as licenças, nada supera o prazer de correr contra um adversário em carne e osso.
Assim como no jogo anterior, a marca registrada de Gran Turismo 2 é a fidelidade que ele tem com os modelos originais. O esmero e o cuidado que eles tiveram com cada detalhe é a cereja do bolo de uma construção tão perfeita. Afinal, tanto os carros como as pistas apresentam um show de design, e um trabalho estético tão primoroso que os defeitos mal vêm à tona. É claro que há como perceber um serrilhado aqui, e outro ali, além de uma falha no cenário de vez em quando: mas são raros, e pertencem à limitação tecnológica do console, não do trabalho dos designers gráficos. Tudo o que eles puderam fazer para tornar esse o mais belo e mais incrível jogo de corrida do Playstation eles fizeram: e, se tratando de um jogo de 1999, até que está bem avançado. A exemplo do jogo anterior, os carros continuam não amassando ou capotando, mas em compensação os efeitos de luz e de sombra foram incrementados e estão mais realistas do que nunca. Empenho máximo.
Que se pode dizer do som? Gran Turismo 2 sofreu um belo trabalho de localização quando chegou aos Estados Unidos. As músicas são diferentes entre as versões japonesas e americanas, mas ambas estão muito bem cuidadas. Entre canções de Fatboy Slim, Garbage e The Crystal Method, cada uma das trilhas combina perfeitamente com a alta velocidade e a emoção das disputas. Mas o jogo é daqueles que, mesmo sem música, ainda daria para aproveitar o som do ronco dos motores e do derrapar dos pneus nas curvas, de tão fiel que são em relação aos seus modelos reais. Um capricho sem tamanho, que só reflete o empenho máximo que a Polyphony Digital teve com o aspecto sonoro.
Falar da jogabilidade de Gran Turismo 2 é chover no molhado. Afinal, tudo está como deveria estar. Os carros se comportam exatamente da mesma forma como os modelos reais, de aço e carbono, se comportam. Eles aceleram do mesmo jeito, viram do mesmo jeito, e freiam do mesmo jeito. Tudo está sob controle, e ao alcance de suas mãos. Mais realista do que isso, só com um volante. Você nunca sentiu tão bem a sensação de velocidade quanto nesse jogo. Para vencer algumas corridas, é preciso técnica, é preciso raça, e muito treino. Para isso servem as licenças: para se certificar de que, antes de entrar nas corridas, tenha o mínimo do conhecimento necessário acerca da direção do jogo. Pois, apesar de ser igual a qualquer outro simulador na teoria, na prática ele é completamente diferente. É preciso muito e muito treino para que consiga vencer as pistas mais complicadas. E cada minuto que passará treinando será aproveitado e divertido tanto quanto nas próprias corridas em si. Não é nem fácil demais e nem difícil demais: apenas real. Empenho máximo por parte da Polyphony Digital.
Enquanto o jogo anterior possuía um número pequeno de torneios, o que fazia com que algumas pessoas mais experientes na direção fechasse o jogo rápido demais (apesar da complexidade de se chegar a cada uma das competições), esse jogo chutou o pau da barraca e trouxe uma infinidade de torneios. Entre ligas oficiais, corridas individuais, copas não-oficiais e eventos de montadoras, tem muita corrida para se vencer no jogo. E, para conseguir correr em todas elas, terá de ter à sua disposição uma garagem repleta de carros dos mais diferentes estilos, nacionalidades e montadoras. Terá de escolher bem entre as mais de 650 variedades de veículos para se escolher. Isso, claro, depois de conseguir todas as licenças, agora com mais testes, mais incrementadas e mais difíceis. Aí, depois de fazer tudo isso, ainda poderá jogar o Arcade Mode e bater o Time Trial de todas as pistas. Se um jogador casual podia passar semanas jogando Gran Turismo até conseguir fazer tudo o que era possível, acredite, terá de passar meses e meses para conseguir completar esse jogo aqui. Depois que conseguir a árdua façanha de não ter mais o que fazer para completar os 100%, aí cabe apenas aquilo que há de mais sublime: a diversão. Escolha seu carro predileto, sua pista predileta e dispute sozinho, contra adversários do computador, ou contra um amigo. Experimente novos carros, tente bater seus próprios recordes. Assim que começar a jogar, garanto que vai se viciar, e o jogo não sairá mais de seu console por um bom tempo. Afinal, o empenho que a Polyphony Digital teve com a longevidade foi máximo.
Gran Turismo 2 não se trata de corridas. Se trata de sonhos. Já sonhou em ter um carro? Não importa o modelo, a montadora ou o ano, muito provavelmente o modelo de seus sonhos estará presente nesse jogo. Afinal, quase todos estão. Olhe para o carro que tanto deseja, almeje-o. Compre-o (mesmo que junte muito dinheiro para isso), dirija-o, compita em torneios com ele, melhore-o, lave-o e cuide dele como se fosse seu bichinho de estimação. Esse é o instinto de Gran Turismo 2. Não são apenas máquinas possantes que temos à nossa disposição (até porque muitos deles não são nem possantes), e sim modelos reais. As pistas são reais. Alguns dos torneios são reais. Sinta-se um verdadeiro motorista. Acostume-se com seu carro, sinta-o obedecer aos seus comandos quase que naturalmente. Altere suas configurações e deixe-o do seu jeito. Essa é a graça do jogo. Apaixone-se por seu carro, e só então perceberá o quanto esse jogo consegue ser incrivelmente viciante, mais do que outros simuladores de corrida jamais almejaram ser.
Gran Turismo ultrapassou até mesmo as barreiras do jogo anterior. Se tornou mais do que uma necessidade para qualquer gamer: uma honraria. Um jogo histórico, tão bom que chega a ser épico, e que demarcou para sempre seu lugar ao sol no coração dos apaixonados por velocidade. Não é à toa que muitos o consideram o melhor simulador de corrida de todos os tempos (mesmo nos dias de hoje). Se gosta de bons jogos, mesmo que não goste tanto assim de carros ou de velocidade, adquira seu Gran Turismo 2. Um jogo que merece estar na estante de qualquer gamer. Trata-se de uma honra poder jogá-lo.
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