Fear Effect - Analise


Fear Effect

Publicado por: Eidos
Desenvolvido por: Kronos
Gênero: Action Adventure
Diretor: Sutton Trout
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 31 de janeiro de 2000

fear effect analise https://32bitplayer.blogspot.com/

Vamos agora falar de um jogo do primeiro console doméstico da Sony, um jogo que, apesar de já ter saído num ciclo de vida já bastante avançado da plataforma, é na minha opinião um jogo bastante original com diversos novos conceitos de jogabilidade, e visuais próximos de um cell shading adequam-se perfeitamente às capacidades gráficas do Playstation, conforme irei referir com mais detalhes.

Uma das coisas que mais me interessou em Fear Effect, na altura em que saiu, era a sua narrativa madura que ainda era algo incomum nos videojogos de então. Fear Effect coloca-nos então no controle de uma pequena equipa de 3 mercenários, com Hana Tsu-Vachel no papel principal. O jogo decorre então no futuro, em várias regiões da China, onde uma filha de um poderoso homem de negócios desaparece misteriosamente, havendo uma enorme recompensa pela sua procura. Hana, Glas e Deke vão assim infiltrando-se nos meandros de tríades, bordéis e aldeias orientais, até que a história chega a um ponto em que começa a abordar o sobrenatural, com vários zombies e demónios da mitologia chinesa à mistura.



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A jogabilidade de Fear Effect tem então algumas peculiaridades interessantes, misturando jogabilidade stealth de Metal Gear Solid, com Resident Evil e os seus cenários de câmera fixa. Mas não é a única semelhança com Resident Evil, pois Fear Effect também herda os seus infames “tank controls“. Mas é o sistema de saúde que achei mais interessante, Fear Effect não tem esse nome por acaso, a saúde dos nossos protagonistas mede-se pelo medo. E as personagens amedrontam-se quando se vêm encurraladas por criaturas estranhas, ou são atingidas. É possível recuperar alguma desse medo ao lutar contra inimigos sem ser atingido, entrar em salas/corredores que não tenham ninguém, ou em alguns momentos específicos, como iniciar ou finalizar uma luta com um boss, ou avançar um momento chave no jogo, geralmente quando se troca de personagem é o que acontece. As componentes stealth são utilizadas para apanhar os inimigos desprevenidos e matá-los com um golpe apenas. Isto dá algum jeito no início, onde os inimigos ainda são algo descuidados, depois existem alguns momentos em que o melhor a fazer é mesmo fugir, com imensos inimigos no ecrã e uma barra de “medo” a crescer vertiginosamente.



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O sistema de combate infelizmente também não é muito intuitivo, mas felizmente existe uma espécie de auto-aim, até porque é possível disparar para 2 inimigos ao mesmo tempo, se tivermos 2 armas equipadas. De resto o jogo conta com imensos puzzles também à lá Resident Evil, onde a sua resolução muitas vezes é algo confusa e também perigosa, quase que forçando o jogador a salvar o jogo o mais regularmente possível. Para se fazer save também apenas pode ser feito em certos locais, locais esses onde o celular das personagens toca. Nessas alturas podemos então ir ao inventário e seleccionar o celular para salvar o progresso. Mas tirando estes inconvenientes, gostei bastante da maneira em que a história do jogo vai progredindo, e como as diferentes personagens vão sendo alternadas de forma automática pelo jogo.


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Em relação aos graficos, não é por acaso que o jogo está dividido em quatro discos. Os cenários e câmera são fixos sim, mas ao contrário de Resident Evil e outros jogos onde são pré-renderizados, aqui são pequenos segmentos de full motion video a rodarem em loop, com as personagens, items, inimigos e outros objectos por cima. Mas o jogo está igualmente repleto de cutscenes que por sinal usam também os mesmos recursos gráficos do jogo. As personagens e inimigos têm um visual muito próximo das animações orientais, e estão renderizados com uma tecnologia muito semelhante ao Cel-shading, que foi posteriormente popularizado em jogos como Jet Set Radio ou o Wind Waker. E devo dizer que o resultado e maravilhoso tendo em conta o hardware que os consoles 32bit possuiam para renderizar modelos tridimensionais. Isso, em conjunto com a tecnologia “MotionFX” utilizada nas animações, tornam Fear Effect um jogo muito bonito no Playstation, embora também a custo de loadings constantes. Mas tal como o velhinho Dragon’s Lair (aqui também há várias maneiras de morrer), estes visuais são uma máscara para algumas decisões de jogabilidade. Por outro lado, mais um ponto positivo: o voice acting também está muito convincente. É daqueles jogos que se unissem todas as cutscenes dava um bom anime.
Infelizmente ainda não cheguei a jogar o Fear Effect 2: Retro Helix, o segundo (e último) jogo que na verdade é uma prequela a este. Pelo que li por aí, melhoraram vários aspectos menos bons deste jogo, mas é algo que tirarei a prova dos nove assim que esse jogo chegar à minha colecção. Não deixo de pensar que se não fosse pelos belos visuais, a história mais matura e as referências sexuais, provavelmente Fear Effect seria um jogo que teria caído no esquecimento.





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