Driver - Analise


Driver


Publicado por
: GT Interactive
Desenvolvido por: Reflections Interactive
Gênero: Driving Action
Diretor: Martin Edmondson
Plataforma: Playstation
Data de lançamento: 30 de junho de 1999
Faixa etária: Teen




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Em 1995, a GT Interactive lançou um jogo que mesclava ação com direção de carros, chamado Destruction Derby. Não demorou muito para que essa união se tornasse bastante popular. Diversas empresas passaram a produzir jogos semelhantes, com essa mesma proposta: ação sobre rodas. E aí, em 1999, a própria GT Interactive lança mais um game, mesclando ação e carros, só que de uma forma bem diferente. Driver trouxe muita ação, muita velocidade, perseguições alucinantes, manobras radicais sobre rodas, e inclui também uma história interessante. O que mais se pode querer?


A história gira em torno de John Tanner, um ex-corredor de automobilismo que passou a trabalhar para a polícia de Nova Iorque. Adoraria poder colocar aqui uma imagem de John Tanner, só que não dá. Simplesmente porque, no decorrer do jogo, não aparece uma vez sequer o rosto de Tanner. Nem nas animações. Então, só para questões de referência, aqui vai uma imagem de Tanner de outros games futuros:

Usando sua perícia em carros, e sua especialidade é a infiltração em gangues inimigas, Tanner aceita uma missão arriscada: a de se infiltrar na mais perigosa máfia de Nova Iorque.

Mas, para isso, Tanner precisa começar de baixo, e de bem longe. Ele começa lá em Miami, onde tenta conseguir lugar em uma gangue de pequenos assaltantes como motorista. Ele realiza algumas manobras interessantes em um estacionamento, e consegue a vaga.

No começo, Tanner é chamado apenas para servicinhos simples, como transportar um grupo de assaltantes até o local do roubo, levar carros roubados para serem repintados, entre outros. Com esses servicinhos básicos, ele passa a se integrar mais na gangue, e conhece um cafetão dono do pedaço chamado Rufus. Adoraria por uma foto dele aqui, mas não tem nenhuma. Nem mesmo o jogo nos revela uma imagem sequer do rosto dele, para você ter uma ideia. Pois bem, aí Tanner começa a realizar coisas mais engenhosas, como usar o carro para destruir estabelecimentos de pessoas que devem uma grana, e transportar drogas. Rufus morre com um tiro dado pela sua namorada, a Jessi. Não, também não temos foto dela. Tanner persegue Jessi e a leva à polícia, que, sobre interrogatório, revela que Castaldi, um dos líderes do tráfico, está em São Francisco.

Tanner vai para São Francisco e começa a trabalhar para um informante chamado Mojo. Ele faz as coisas de sempre: dirigir para lá e para cá com armas roubadas, assustar pessoas com táxis, e por aí vai. Até que Mojo é sequestrado e ele ajuda a resgatá-lo, só para descobrir que, na verdade, Castaldi trabalha para Don Hancock, um cara importante na política que está se candidatando a presidência.

Tanner vai para Los Angeles, onde Castaldi planeja matar Bill Maddox, um oficial da FBI. Tanner avisa a polícia, que prepara uma emboscada para os bandidos. Castaldi desconfia que Tanner é na verdade um policial disfarçado, mas Tanner consegue convencê-lo do contrário.

Chegando a Nova Iorque, Tanner faz mais um monte de missões envolvendo terroristas, assassinatos e destruição de carros. Ele pode escolher ser do bem ou do mal aqui, e suas decisões afetam também a vida de Ali, uma amiga de Tanner. No final, Tanner tem de salvar o presidente dos Estados Unidos, dirigindo sua limusine para um lugar seguro enquanto dezenas de carros tentam matá-lo. Fim.

Driver é totalmente baseado em velocidade, manobras e estilo.
Uma das principais referências do game não foi outro jogo, e sim um filme: The Driver, de 1978. O filme ficou conhecido por suas perseguições a carros, intensas e perigosas, sob comando de bandidos e gângsters. Driver traz essa mesma adrenalina para os videogames, contando inclusive com missões semelhantes às do filme e algumas cenas idênticas às do filme. Mas fica longe de ser uma cópia simples, uma vez que a história é bem diferente, e o objetivo do jogo também. A história se passa nos anos 60 e 70, com carros característicos da época, locais característicos, e todo um clima facilmente reconhecível pelo jogador.
As cidades de Miami, São Francisco, Los Angeles e Nova Iorque estão belamente construídos, e seu diagrama está muito bem fundamentado em cima de como era a cidade nos anos 70. Até mesmo os veículos utilizados são de época.  A seleção de carros de Driver é muito boa. Temos apenas os carros mais velozes e tunados na época, nada de carrinhos sem vergonha, afinal, temos de pisar fundo. Os carros são fiéis em características, físicas e aparência aos modelos reais dos anos 70. Irá dirigir Buicks, Chevrolet Chevelles, Dodge Chargers, Ford Gran Turinos, Mustangs e Cadillacs, com direito a habilitar carros secretos, contendo um Jaguar e um Chevrolet Camaro.
Antes de se sentar ao volante dos carros sob comando da máfia, o jogador tem de se acostumar com os comandos de direção, e até mesmo com algumas das manobras básicas. Para isso, o jogo possui um excelente modo de treinamento, no qual o jogador é convidado, através de um explicativo tutorial, a aprender não apenas as noções básicas como aceleração e freio, até como realizar cavalos de pau, giros de 180º, 360º, além do incrível 180º de ré, entre outras manobras interessantes. Após praticar bastante no treino, chegou a hora de botar tudo o que vimos na prática.



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E as missões exigem realmente todo esse conhecimento. No começo, as missões envolvem apenas dirigir de um ponto a outro da cidade, às vezes com tempo cronometrado. Em muitas dessas missões, o único desafio é o curto tempo ou o tráfego intenso. Porém, conforme avançamos no jogo, as missões se tornam mais complicadas, e incluem fugas alucinantes da polícia, perseguições a carros fugitivos e combates ferrenhos entre automóveis. Aí sim, o jogador tem de mostrar tudo o que sabe, principalmente para fugir da polícia, que é um dos focos do jogo. Tanner é um policial disfarçado, e a polícia local não sabe de sua missão, então pode esperar todo o tratamento reservado para os bandidos mais procurados dos EUA.
Para se dar bem, o jogador tem de ficar atento em duas barras na tela: a barra de dano e a barra de crimes. A barra de dano mostra o quanto o carro foi danificado. É possível ver os danos fisicamente sobre os carros, na forma de amassados, arranhões, fumaça saindo do capô, pneus sem calotas, entre outras coisas, de modo a parecer bem realista. Obviamente, quanto maior o dano, menor a performance do carro. Já a barra de crimes é ainda mais interessante: ela mostra o grau de esforço que a força policial irá empenhar para prendê-lo. Algumas vezes, essa barra já vem cheia, quando temos a missão específica de fugir da polícia, mas, em algumas missões, começamos com ela vazia. E é aí que o jogador tem de passar desapercebido pelos olhos da lei, dirigindo de acordo com as leis de trânsito sempre que passar perto de uma viatura. Como as viaturas de patrulha aparecem no mapa, fica fácil poder vê-las a tempo de se corrigir. Caso uma viatura lhe pegue andando em alta velocidade, ou na contra-mão, em cima da calçada ou mesmo na contra-mão, ela irá lhe perseguir. Quanto mais dano causar, mais a barra se enche. Com a barra pequena, uma ou duas viaturas irão lhe perseguir. Com a barra mais cheia, eles chamarão reforços, e começarão a fazer barricadas nas ruas, impedindo as saídas e tentando lhe cercar.
Se a polícia estiver na sua cola, já era. Trate de acelerar ao máximo que puder. Vá cortando entre os carros, fazendo curvas bruscas e manobras arriscadas. Enfim, tudo o que puder para despistar a polícia. Como os policiais dirigem razoavelmente bem, será difícil despistá-los, e muitas vezes só nos resta provocar um acidente com eles. Aqui vai um aviso: a barra de crimes não esvazia nunca. Até o final da missão, terá de aturar a barra de crimes em alta, o que quer dizer que não poderá passar perto de nenhuma viatura sem ser importunado. Algumas vezes, a barra de crimes se mantém até mesmo de uma missão a outra (isso acontece quando se continua no mesmo carro).
Vale lembrar que também não tem como consertar o carro. Ou seja, se bateu muito e deixou seu carro de forma precária, terá de conviver com isso até o final da missão. Até aí tudo bem. O problema é quando temos de usar, na missão seguinte, o mesmo carro (não é raro de se acontecer). O que acontece? O dano continua igual. Isso quer dizer que, se terminou uma fase com o carro quase explodindo, e, na missão seguinte, terá de usar o mesmo carro, pode esquecer e começar de novo, porque será teoricamente impossível. Ainda mais se a próxima missão for de perseguição. Esse é o problema de se não poder trocar de carro ou consertar o carro de nenhuma forma.
Mas tem vezes em que temos de danificar o carro. Há missões em que nosso objetivo é perseguir e destruir um outro veículo. Estas missões são algumas das mais interessantes do jogo. Nada melhor do que dirigir em alta velocidade atrás de um carro de um oponente, e, assim que tiver a oportunidade, ogar o carro com tudo na parede, ou em um poste, ou em outro veículo, na intenção de causar o mais dano possível. Essas cenas são muito boas de serem realizadas.



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Vou ressaltar também que o tráfego do jogo é algo impressionante. Os carros trafegam em velocidade realista, e de forma realista. É mais intenso trafegar em grandes avenidas e centros urbanos do que em ruas de menor circulação e distantes dos grandes centros, como na vida real. Quando estiver com pressa, o jogador irá preferir, sempre que possível, tomar atalhos por ruas alternativas e becos, longe dos grandes pontos de acumulação de veículos, principalmente em rodovias, pontes e grandes estradas, que geralmente costumam engarrafar, principalmente à noite. Mas, quando estiver sendo perseguido, ele irá preferir justamente os locais mais movimentados, pois, quanto mais carros na pista, mais difícil será para as viaturas conseguirem nos alcançar. Mas vale lembrar que os carros dos civis estão sempre do lado da lei, e, ao perceberem que estamos sendo perseguidos, frequentemente eles tentarão nos impedir de avançar, literalmente se jogando na nossa frente e nos forçando a bater. Então, não espere moleza, e tome muito cuidado até com os carros dos meros transeuntes.
Antes de cada missão, Tanner se encontra em seu esconderijo, aguardando alguma missão. Enquanto espera, pode salvar o jogo, entre outras coisas. Os seus mandantes ou informantes lhe ligam e deixam uma mensagem gravada na caixa de mensagens. Tanner ouve a mensagem e escolhe se aceita a missão ou não. Às vezes, não temos outra escolha, mas não é raro recebermos duas ligações diferentes. Nesses momentos, temos de escolher entre uma missão ou outra. Cabe ao jogador escolher a que ele preferir. Às vezes tem duas, às vezes até três missões. Essas escolhas muitas vezes não interferem em nada, apenas no prosseguir do jogo, mas algumas dessas escolhas podem interferir no andamento da história, na vida de alguns personagens, e até mesmo no final do jogo. Se receber uma ligação com um pedido de socorro, por exemplo, e decidir ignorá-la para atender alguma outra missão, aquela pessoa pode morrer, e irá afetar as próximas missões. Ah, sim, claro, não posso me esquecer de informar que, às vezes, centrais telefônicas deixam mensagens aleatórias que não têm nada a ver com nada; é só uma piada. É hilário ouvir algumas dessas mensagens.
Essas escolhas que o jogador faz traz muito dinamismo para o jogo. Cabe ao jogador escolher realmente como o jogo prossegue. Podemos ser uma caras maus, ou podemos tentar salvar o máximo de inocentes que conseguirmos. Podemos confiar em pessoas que nos trairão no futuro, ou podemos ser mais espertos e pegarmos eles antes que eles nos peguem. Tudo depende de suas escolhas. Há dois finais de jogo: um bom e um ruim, e ele depende exclusivamente das decisões tomadas na seleção de missões. Além disso, isso permite rumos diferentes na história. Há 40 missões no jogo, mas não tem como jogar tudo de uma vez. Por causa das intersecções e das ramificações, só é possível jogar por volta de 20 missões por vez. Torna-se necessário fechar o jogo no mínimo três vezes, caso queira realizar todas as missões e conhecer todas as possibilidades de desvios na trama.
Mas até agora falamos sobre o que podemos fazer antes das missões. E depois das missões? Driver incluiu um sistema incrível e inusitado que é uma novidade muitíssimo bem-vinda para os games: a opção Film Director. Essa opção nos permite literalmente dirigir um filme em cima da ação que acabamos de realizar. Ou seja: você se deu muito bem em alguma missão? Realizou manobras incríveis, fez uma fuga espetacular, digna de um filme? Pois bem, que tal assistir essa cena de novo, de outros ângulos? Escolher ângulos de câmera diferentes, dar uns toques aqui, outros ali, adicionar alguns efeitos, e, no fim, guardar o filme que fez no memory card para poder mostrar para todos os seus amigos? Não é fantástico? Pois é justamente isso que essa opção permite. Acredite: é muito interessante poder fazer filmes das suas próprias ações. Se tiver um quê de cineasta dentro de você, passará horas e horas nessa opção.
Os cenários do jogo são tão fieis aos reais que chega a ser uma pena que as missões não nos permitam aproveitar ao máximo tudo o que podemos fazer. Por isso, caso queira aproveitar as cidades em sua plenitude, existe um modo especial de jogo, chamado Take a Ride, no qual não temos missões a cumprir, e nem tempo para obedecer. Tudo o que temos a fazer nesse modo é andar pela cidade e curtir. Fique à vontade para zanzar por quanto tempo quiser. Poderá conhecer melhor as estradas, o tráfego de cada local, caminhos alternativos, becos e atalhos, mas também poderá apreciar o visual das cidades, conhecer alguns pontos turísticos e se divertir aprontando na cidade, sem compromisso. É claro que terá de liberar as cidades no modo Undercover antes de poder andar nelas.
Mas aí vem: o que podemos fazer depois de fechar o jogo? Aí eu respondo: uma porrada de coisas. Além de jogar mais e mais, para realizar as outras missões que não conheceu, ou mesmo ver o outro final, ainda terá muita coisa para fazer. Pensando nisso, a Reflections Interactive incluiu vários mini-games divertidos para brincarmos à vontade. São seis jogos diferentes. Em Pursuit, devemos perseguir um carro e destruí-lo no menor tempo possível. Em Getaway, começamos sendo perseguidos pela polícia, e temos de despistá-la no menor tempo possível. Em Cross-Town Checkpoint, temos de ir a diversos pontos espalhados pela cidade no menor tempo possível. Em Trail Blazer, temos de seguir por um caminho indicado por bandeiras, sem sair do caminho e o mais rápido possível. Em Survival, temos de sobreviver a um ataque conjunto de muitas viaturas que já começam vindo em nossa direção, e querem nos destruir a qualquer custo. Por fim, em Dirt Track, temos de seguir um carro fantasma em uma pista de terra, no menor tempo possível. Todos os modos são bem divertidos, e excelentes formas de se passar o tempo e de treinar, nos aperfeiçoando no jogo.



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Os gráficos do jogo não são, nem de longe, belos. As animações do jogo são muito feias. As animações dos personagens são toscas, com carência grave de detalhes, muito serrilhado e problemas de excesso de formas quadradas no jogo. Chegam a ser, muitas vezes, feios. As animações do jogo até se mostram interessantes, mas as cenas de diálogos e conversas, nem se comentam, são uma das mais estranhas que eu já vi para o console. Mas é claro que os gráficos não ruins em todos os pontos. Os carros, por exemplo, são muito bem feitos, realistas e detalhados, com efeitos de luz que interagem com o cenário à sua volta. É possível ver o reflexo embaçado dos outros carros à volta no vidro do carro, por exemplo. Quando o carro começa a se danificar, vemos detalhadamente como a falha está alterando o carro. Seja na aerodinâmica, seja nos pneus, seja no motor (fumaça de diferentes cores saem de dentro do capô), é possível diagnosticar um carro pela sua aparência. Já os cenários não demonstram tanto cuidado assim. São cidades inteiras e imensas à disposição, com localização fiel de ruas e de lojas (com nomes alterados, logicamente), além de centros comerciais e pontos turísticos. Está tudo ali, pode conferir. Mas o cenário, justamente por ser tão amplo e tão disponível, oferece diversos lags no decorrer do jogo, e muitas vezes vemos falta de detalhes, com casas e edifícios tão simples que parecem toscos. Os transeuntes andando pelas ruas e os objetos no cenário são feios e carentes de mais capricho, também. Tudo está muito, mas muito aquém do que se pode esperar de um game lançado no quarto ano do Playstation. Por esse misto de cuidados que privilegiou uns pontos e menosprezou outros, posso dizer que o empenho da Reflections Interactive foi até mediano, mas nada além disso.

Driver é banhado por músicas variadas dos anos 70. A todo momento, podemos curtir essas músicas de dentro do carro, mas o principal detalhe são os sons do próprio carro. Ouvir os diferentes motores dos diferentes carros disponíveis no decorrer do jogo é algo fantástico. O som deixa o jogador sempre ciente da época em que está, e da adrenalina do momento. Os sons dos pneus cantando e das batidas também são realistas. Para encerrar, as vozes também são razoavelmente boas, tanto nas conversas durante as animações quanto no decorrer do jogo, quando os pedestres e outros bandidos chamam nossa atenção. Até a polícia gritando para pararmos imediatamente é algo bom de se ouvir. Nota máxima.

A direção em Driver é ao mesmo tempo realista e envolvente. Não espere que o carro faça tudo o que você quer em um piscar de olhos: há um limite para as curvas e para as velocidades, assim como os carros reais da época. Os comandos são simplificados, e, apesar de haver muitos movimentos possíveis, basta um pouquinho de treino para realizá-las. Um jogador iniciante irá suar para despistar a polícia nas primeiras missões, mas a crescente dificuldade irá fazê-lo querer ir melhor e melhor. Além disso, o modo de treino possui um excelente tutorial que é capaz de transformar um iniciante em um às ao volante com um pouco apenas de empenho. Em resumo: sendo paciente e intuitivo, Driver lhe fornecerá uma das melhores experiências dentro de um carro ao Playstation.

Ah, a Reflections Interactive não mancou nesse quesito, e mandou muito bem. Além de incluir o sistema de seleção de missões que nos impede de jogar todas as missões em uma batelada só, ela incluiu um bom número de missões: 40 delas. Assim, um jogo nunca será igual ao outro, contanto que se escolha missões diferentes. Temos de fechar o jogo várias vezes, no mínimo três, para conseguirmos passar por todas as missões, e há dois finais distintos para serem assistidos. Só esses fatores já colocam a longevidade em bom nível, mas ainda nem comentamos que a opção de salvar os replays e fazer vídeos caseiros com eles muda tudo de foco, e é realmente viciante fazer isso. Dá para gravar as melhores cenas e guardar com você em seu memory card, para mostrar aos amigos! Dá vontade de refazer as missões só para poder mandar melhor e gravar cenas ainda mais impressionantes. Realmente, a Reflections acertou em cheio ao trazer essa opção para enriquecer a longevidade do jogo. Ah, e para finalizar, ainda tem os Driving Games, que manterão você jogando esse jogo por ainda um bom tempo, só para se divertir e fazer o melhor tempo possível em cada modalidade. O empenho foi máximo nesse quesito.

Driver trouxe todas aquelas cenas de perseguição policial do qual estamos acostumados a ver nos filmes diretamente para o jogo. O primeiro jogo Driving Action a fazer isso de forma tão épica merece um ponto a mais em inovação, afinal, foi o precursor nesse quesito, sem dúvida. Driver contraria os bons costumes, trazendo carros em altíssima velocidade transportando drogas e fugindo de viaturas, ao melhor estilo Grand Theft Auto, só que em 3D. Driver também nos mostrou que é possível um jogo com carros ter sim uma história consistente e cheia de reviravoltas. Além disso, a possibilidade de se moldar a trama de acordo com nossas escolhas é uma opção interessante, e merece também um ponto a mais em inovação. Todo esse empenho da Reflections em trazer algo jamais visto para os games, ainda mais com o direito de poder fazer filme do que está jogando (algo que seria muito copiado no futuro) nos mostra que a Reflections veio para ficar.

Este é um dos maiores pontos fortes de Driver. Jogar Driver nos faz sentir a todo instante dentro de um filme de perseguição policial. Desviar do tráfego intenso enquanto leva bandidos por cidades reais é bem mais divertido do que parece. As missões em si variam levemente de uma para a outra (depois que se completa pelo menos umas 10 delas, todas parecem iguais), mas o que torna esse jogo mais do que um simples jogo de direção é a alta velocidade e a destruição. Não há dúvida que as melhores missões do jogo são aquelas que envolve perseguir e destruir um carro. Quanto mais habilidoso for o motorista, mais complicada é a perseguição, e correr loucamente por ruas movimentadas é excitante. Nunca essa sensação foi tão experimentada quanto em Driver. Fora essas missões, o momento mais esperado (por mais que se negue) é quando somos perseguidos pelas forças da lei. A polícia não dá trégua um momento sequer, e temos de usar as mais ousadas estratégias e manobras para chegar com o mínimo de dano possível no ponto marcado no mapa. A dificuldade da polícia é possível de ser alterada no menu de opções, então pode agradar tanto aos iniciantes que estão começando agora a dirigir, quanto os veteranos que querem verdadeiros desafios ao volante. Driver não é para qualquer um, e apenas com muito treino poderá vencer alguns objetivos. Acelere fundo, e sem dó. Se o que procura é diversão, Driver é o jogo certo.

 Driver trouxe todo o estilo dos filmes de perseguição policial dos anos 70 para um jogo de videogame, e incluiu nele toda a ação e alta velocidade sobre rodas que amávamos e nem sabíamos. Nunca a alta velocidade, as manobras radicais sobre rodas, as fugas alucinantes da polícia, e as batidas de carros foram tão legais e viciantes quanto nesse jogo. Simplesmente obrigatório para qualquer um que goste de carros e queria sentir o máximo de adrenalina que um videogame pode proporcionar.







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