Air Combat - Analise


Air Combat


Publicado por: Namco
Desenvolvido por: Namco
Gênero: Combat Flight Simulator
Plataforma: Playstation, Arcade 
Data de lançamento: 30 de junho de 1995
Faixa etária: Everyone



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Air Combat chegou aos arcades em 1992, propondo algo além dos outros simuladores de aviões. Air Combat simulava os verdadeiros embates aéreos, frenéticos e emocionantes como eles têm de ser. Após virar um sucesso nos arcades, 3 anos depois ele é lançado para o Playstation, como o primeiro simulador de combate aéreo do console e praticamente como um divisor de águas do gênero em todo o mundo. Apesar de possuir alguns defeitos básicos, Air Combat serviu de inspiração para diversas séries do mesmo gênero e deu início à franquia mais respeitada de simuladores de combate aéreo em todo o mundo, Ace Combat.


O jogo possui uma história tosca que só serve para dar propósito à matança indiscriminada do game. Em uma época desconhecida, uma nação foi tomada por terroristas, e seu governo deposto. Então, uma outra nação (provavelmente os Estados Unidos) decide se meter no assunto alheio e libertar a nação tomada. Como eles não tinham forças o bastante para tomar os terroristas, os quais por algum motivo possuíam centenas de aeronaves, pilotos e armamentos em seu poder, eles decidiram pedir ajuda a um grupo de mercenários. Pois é, o protagonista sem nome do jogo é no caso um mercenário sem pátria. Tudo o que temos de fazer é seguir as ordens que nos são dadas, sem pestanejar, e receber nosso trocado ao final. Tudo em nome do dinheiro, e nem interessa se temos de explodir meio mundo no caminho. Assim sendo, matamos pessoas, explodimos prédios, detonamos refinarias inteiras e bombardeamos cidades em prol de nossa causa. Ao final do game, conseguimos espantar os terroristas e reaver a paz no local. Enfim, uma história tão despropositada quanto se poderia esperar de um jogo do gênero.



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A primeira coisa que se pensa quando se joga um jogo de videogame sobre aviões é o como ele simula o voo. Bem, nesse sentido, aqui vai uma dica: Air Combat está mais para arcade do que para simulador. Com isso, eu quero dizer que a equipe da Namco se preocupou mais em realizar um jogo que fosse divertido do que um jogo que desse a sensação exata de estarmos pilotando um avião de verdade. Todos os comandos foram facilitados ao máximo, e o estilão do jogo dá a impressão que se trata de um game feito para arcade. Até porque Air Combat foi feito mesmo para arcade, e lançado em 1992. A versão para Playstation, de 1995, é apenas uma adaptação.
Quando digo que os comandos são simplificados, quero dizer que qualquer um poderá pilotar a nave sem problemas. Podemos empiná-la em qualquer direção, acelerá-la e freiá-la rapidamente, e não é tão fácil perder o controle da aeronave. Mesmo um iniciante logo se sentirá à vontade com os comandos, e em breve estará realizando manobras radicais, como loopings e curvas bruscas.
O jogo possui dois modos de visão: a interna e a externa. A interna fornece mais emoção, pois dá maior realismo à cena e nos permite ver mais informações, mas a externa é a mais indicada para iniciantes, pois nos fornece a exata impressão sobre cada movimento que estamos realizando.
Além disso, tudo o que o jogador precisa está na tela, para ele. Através da visão interna, podemos ver a altitude em que estamos, a velocidade da aeronave, o número de mísseis, a munição da metralhadora, a quantidade de gasolina, a orientação em relação ao solo, a direção da bússola, o estado da aeronave, e muito mais. Dá ainda para ver o mapa do local, para que possamos nos orientar em relação aos nossos objetivos.
Para facilitar ainda mais o jogador, podemos sempre contar com o computador de bordo e com um co-piloto. Eles nos dão dicas importantíssimas no decorrer das fases. O computador de bordo dá dicas comuns, como avisos se estamos voando baixo demais, ou alto demais, se estamos próximos de colidir com alguma coisa, ou se tem um míssel vindo em nossa direção. Já o co-piloto nos fornece informações mais táticas, como a localização de inimigos ao nosso redor, dando inclusive dicas para podermos derrotá-los e comemorando quando conseguimos destruir um oponente. Sempre espere por eles para ficarem berrando o tempo todo coisas do tipo: "Bogey on your six, Don't let him get away, On your left, Body damage, Warning, Enemy in sight", entre outros.
Air Combat é dividido em missões. O jogo começa com algumas missões disponíveis, para que possa escolher. Antes de cada missão, a situação é narrada por alguém de patente superior. Você recebe instruções detalhadas sobre o que deve fazer, quais são os seus alvos e quais aeronaves inimigas provavelmente encontrará. Tudo para que já possa traçar uma estratégia de ante-mão.
Após ver a situação da missão, terá de escolher uma aeronave. No começo, possui apenas duas aeronaves à sua disposição: o F-4 e o F-14. É pouco, mas dá pro gasto. Juntamente com o avião, poderá ver os atributos daquela aeronave, como força, defesa, mobilidade e estabilidade. E não se preocupe: há muitas outras aeronaves que vão sendo disponibilizadas conforme se prossegue no game. Tem F-15, F-16, F/A 18, F-117, F-22, YF-23, SU-27, MIG-29, MIG-31, SF-39, RC01, EF-2000, TNDF-2 e A-10. Enfim, são 16 aeronaves no total, e todas elas existem de verdade. Cada uma delas é baseada nos modelos reais, não só na aparência como também nos seus atributos. Sem contar que algumas dessas naves são stealth, ou seja, elas não aparecem nos radares inimigos, permitindo ataques surpresa!
Agora, vamos falar sobre os combates aéreos. Eles são intensos e emocionantes. Perseguir aeronaves inimigas e destruí-las será uma tarefa corriqueira para os jogadores, que desde cedo têm de usar táticas avançadas para enfrentar os pilotos mais experientes. O jogador usará quase sempre os mísseis teleguiados, que são a arma mais eficiente do jogo. Basta se aproximar a menos de 1000 metros de distância do oponente e será acionado o sistema de mira teleguiada. Disparando-se o míssel, então, ele seguirá até o alvo, quer dizer, a menos que o oponente consiga desviar-se dele usando alguma manobra radical, o que muito certamente acontecerá diversas vezes. Além dos mísseis, o jogador pode usar a metralhadora da aeronave, mas ela chega a ser praticamente inútil, uma vez que ela exige que estejamos a uma distância muito curta da aeronave, e voltado exatamente para ela, para que possamos causar dano, e mesmo assim o dano é mínimo.



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A melhor tática para se derrotar as naves é ficar bem atrás dela. Assim, os mísseis possuem menor probabilidade de se desviarem. Caso tentemos atingir aeronaves pelo lado, ou pela frente, é muito provável que apenas desperdicemos mísseis valiosos. Esse é o xis da questão. Afinal, as naves nem sempre nos permitirão ficar atrás deles para acertar-lhes mísseis, e tentarão nos despistar com todas as forças. E o mesmo vale quando estamos sendo atacados: tão logo o jogador perceba que tem uma aeronave inimiga lhe perseguindo, ele tem de realizar manobras evasivas o mais rápido possível, a menos que queira tomar um míssel na cauda. Manobras evasivas incluem curvas bruscas, quedas em alta velocidade, ou mesmo giros em pleno ar e loopings. Não é nada fácil se acostumar com essas manobras no começo, mas, tão logo aprenda, não vai ter pra ninguém.
A princípio, as aeronaves oponentes não causam tantos problemas. Geralmente, eles usam aeronaves mais lentas, e são amadores, deixando-se frequentemente serem pegos de surpresa. Mas, conforme prosseguimos, vai ficando cada vez mais difícil. Os inimigos ficam mais experientes, com aeronaves mais rápidas, e, às vezes, invisíveis ao radar, e tomam estratégias irritantes. Uma estratégia que eles tomam muito é a da isca: uma aeronave atrai o jogador para um lado, enquanto outra aeronave aparece por trás dele para abatê-lo. Nas últimas missões, cada disputa entre naves se torna uma batalha ferrenha entre a vida e a morte, e essa é a cereja do bolo no game.
Mas nem só de naves se vive o jogo. Além de caças, bombardeiros e helicópteros, o jogador tem ainda de bombardear alvos específicos em algumas missões, como prédios, refinarias, antenas de comunicações, torres, enfim. Há ainda alguns alvos térreos, como metralhadoras anti-aéreas ou baterias de mísseis terra-ar. Para detonar esses alvos, o jogador tem de realizar voos rasantes, sempre tomando cuidado para não tocar em nada ou ser alvejado no caminho.
Ao completar as missões do jogo, disponibilizamos novas missões, e o jogador recebe uma quantia em dinheiro equivalente ao valor da missão e ao valor acumulado de todos os inimigos que ele derrotou, tanto aéreos quanto terrenos. Quanto mais inimigos, mais dinheiro, ou seja, tente explodir não apenas os alvos essenciais para a missão, mas alguns secundários, também. Com esse dinheiro, podemos comprar novas aeronaves que também vão se tornando disponíveis para compra após cada missão. Mas vale a pena guardar uma grana, pois, se destruirmos uma nave na missão, teremos de pagar para consertá-la, então tome cuidado.
Outra coisa com o qual podemos gastar o nosso dinheiro é com auxílio. Após algumas missões, poderemos contratar serviços de um outro piloto para nos auxiliar na missão. Há vários pilotos disponíveis, cada um com seu nível de perícia, e com sua nave característica. Quanto mais experiente ele for, e melhor a sua nave, mais caro são seus serviços. Contratar um piloto reserva pode parecer algo dispendioso e desperdício de dinheiro a princípio (e na verdade é), mas, pouco a pouco, vai se mostrando necessário. Principalmente quando temos uma boa quantidade de dinheiro acumulado e estamos tendo dificuldades com uma fase em específico. Ao contratarmos um ajudante, podemos escolher qual ordem dar a ele: dar cobertura ao jogador ou deixá-lo livre para detonar os alvos que ele quiser.
E depois que fechar o jogo? Bem, após completar as 17 missões, poderá tentar um outro nível de dificuldade. O jogo possui dificuldades, fácil, normal e difícil. A dificuldade ajusta o nível de perigo que os oponentes nos dão, o quanto eles acertam seus disparos e como eles desviam de nossos ataques. Ao fecharmos o jogo em alguma dificuldade, podemos recomeçar o game naquela dificuldade, e, fazendo isso, teremos todas as aeronaves do jogo disponíveis para nós desde o começo, sem nem precisar comprá-las. Elas simplesmente já começam nossas! Além disso, se fechar o jogo na dificuldade difícil, ainda habilitará um modo de seleção de missões. Nesse modo, poderá recomeçar e partir direto para aquelas missões que você mais gosta, sem a necessidade de jogar todas as outras missões. Bacana, não é?
Fora isso, outro elemento inusitado no jogo é o modo versus. Você pode chamar um amigo seu para disputar com você quem é o ás dos ares! Cada um seleciona a sua aeronave e partem pra a briga. Quem conseguir detonar o outro primeiro, vence. O modo é simples, mas bem divertido, sem dúvida. Uma pena que ele não ofereça outras opções além da aeronave, deixando um pouco cansativo, mas ainda assim foi uma boa ideia.

Os gráficos de Air Combat não são lá grande coisa. A modelagem das aeronaves está considerável, mas poderia ter sido bem mais caprichada, com mais detalhes e tal. Os cenários do jogo são monótomos de se ver, de tão simplistas. Basta colocar um mundaréu de verde para dizer que uma planície, e colori-la de azul para chamar de oceano. Mesmo rochas, torres e penhascos estão tão mal produzidos que o jogo parece mais uma adaptação simples do arcade para o console, já que não demonstra nem de longe a capacidade do videogame. O único momento em que vemos um esforço maior em realizar gráficos um pouco melhores é nas animações que acontecem no começo e no final do jogo. Essas cenas em CG são boas e foram bem feitas, apesar de poderem ter sido melhoradas. Dava para ter mandando muito melhor nessa. No todo, não consigo acreditar que o empenho da Namco tenha sido mais do que mediano em realizar gráficos incríveis para esse game.

A qualidade sonora do jogo é algo a ser notado. Os sons das naves, tiros e explosões foram bem produzidos. A música do jogo é interessante e não chega a fazer feio, com direito a guitarras e tudo, mas o jogador mal irá perceber isso, uma vez que ele passará boa parte do seu tempo escutando os berros e conselhos do co-piloto e do computador de bordo. Como essas instruções são importantes e ajudam a manter o realismo do game em alta, tá perdoado. Apenas saiba que a música estará lá, quando precisar. Na parte sonora, não tenho do que reclamar. O empenho da Namco em realizar um bom desempenho sonoro foi máximo.

A jogabilidade de Air Combat é uma de suas principais qualidades. Os comandos para se controlar um avião estão entre os mais complexos do mundo, diga-se de passagem. Mas a Namco transformou esses comandos em ordens simples, e as organizou no controle do Playstation de uma forma que se pudesse pegar facilmente. Não chega a ser muito mais difícil do que controlar um carro, por exemplo, só que com mais botões. Talvez pegar a manha dos controles seja a parte mais difícil. A Namco poderia ter colocado no jogo um tutorial, ou pelo menos explicações básicas, no início, uma vez que não tem nada que possa ajudar o iniciante a se orientar com o controle. Isso é um problema. Mas, uma vez que o jogador tenha, pelo método de tentativa e erro, aprendido a guiar a aeronave, ele descobrirá uma jogabilidade viciantemente eficiente. Não tem como não se apegar aos controles e gostar de controlar os brinquedos voadores. Com o foco de levar diversão ao jogador, e não simular com o máximo de realismo possível o comportamento das aeronaves, a Namco deixou os jogadores hardcore com dúvidas, mas aproximou um público completamente novo, e que jamais imaginaria gostar e jogar um game desses. Mérito da Namco que esse game tenha sido muito jogado e elogiado por sua jogabilidade. Empenho excelente, e seria máximo se tivesse um tutorial para iniciantes.

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A diversão no game é algo que o torna inesquecível. Se você não curte games de avião, tente pelo menos experimentar Air Combat. Deixe-se levar pelo clima do jogo, sinta a aeronave na sua mão, comece a realizar manobras e desafie a si mesmo a completar as primeiras missões. Não tem como não acabar se apaixonando por esse game, e querer mais e mais. Uma pena que a história é fraca, mas o jogo compensa isso. O game possui uma excelente curva de dificuldade, sendo deliciosamente fácil no começo para ir se tornando mais macabramente difícil nas últimas fases. Se você pegar as manhas do game rapidamente, pode até achar que o jogo é fácil demais, mas, se for o caso, experimente a dificuldade difícil! Um jogo que vale a pena ser jogado, pela sua diversidade de missões e pela adrenalina das perseguições aéreas. Empenho máximo.

Air Combat possui 17 missões, mas muitas delas são curtíssimas. O jogo possui de duas a três horas de jogo direto, isso é, se já tiver pegado a manha dos controles. Caso seja um iniciante aprendendo, poderá levar de quatro a cinco horas, entre tentativas e falhas. Dá para fechar o game tranquilamente, em um final de semana apenas. Só que o jogador não vai se contentar com isso, e vai querer mais, muito mais. E a Namco se preocupou em fornecer mais ao jogador: além de três dificuldades diferentes, ela disponibilizou alguns extras àqueles que quiserem jogar o jogo uma segunda vez. Além disso, ela incluiu um modo versus que permite ao jogador disputar com um amigo. Tudo bem que não é o suficiente para manter o jogo em seu console por semanas, mas pelo menos ele terá a sua vida útil adiada por mais alguns dias, pelo menos. Por esse capricho em querer aumentar, nem que seja um pouco, a longevidade do game, posso dizer que a Namco teve um empenho considerável.

A Namco trouxe a ideia dos arcades para o console, e efetuou isso muito bem. O primeiro simulador de combate aéreo do console é um dos melhores já realizados no console, e disparado um dos mais viciantes e mais divertidos. Um excelente começo para um franquia que teria muito o que fornecer ainda, Air Combat serviu de inspiração para muita gente, trazendo um game de gênero peculiar que pudesse agradar a gregos e a troianos. Não tem como dizer que o empenho da Namco em realizar um game original não tenha sido máximo.

Air Combat deu um passo à frente para os simuladores de combate aéreo em todo o mundo. Pode-se dizer que tudo começou com Air Combat, na verdade, pois foi ele que popularizou o gênero nos consoles domésticos. O game conseguiu trazer toda a diversão dos arcades para dentro de casa, e não é à toa que ele foi reconhecido pela mídia especializada como o melhor game do gênero do ano de 1995.






  

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